Vavá Schön-Paulino *
Allegro. Todo ano é sempre assim: ano novo, vida nova. Tempo de recomeçar. Sempre é assim tudo. Um eterno recomeço. Se fôssemos falar da necessidade da arte, haveríamos de fazer questionamentos. Históricos? Sociológicos? Antropológicos? Filosóficos? Estrada longa! Tempo curto. Sazonal. Tempo em que as coisas denotam necessidades, precede tempo no qual as reais funções da coisa conotarão saudades do futuro segundo Clarice Lispector. Aqui há que se entender Platão, básico: eidos (idéia). E, qual é a idéia? Em tempo: comecemos por segurar a ansiedade. Andante com brio.
Da capo. Andante sostenuto. Para começar mesmo, façamos como Gonzaguinha: “... de volta ao começo, ao fundo do fim.” Caminhemos, então, por alguns conceitos prioritários. Conceito: idéia abstrata e geral; representação intelectual, apreensão abstrata do objeto. Signo: alguma coisa que está no lugar de outra, sob algum aspecto. Ética: parte da filosofia que se ocupa com a reflexão a respeito das noções e princípios que fundamentam a vida moral. Estética: tradicionalmente, estudo racional do belo, quer quanto à possibilidade da sua conceituação, quer quanto à diversidade de emoções e sentimentos que ele suscita no homem. Arte: uma qualidade intrínseca a certas obras produzidas pela inteligência humana, que manifeste um efeito estético, leve a um juízo de valor sobre cada obra, sobre seu agrupamento ou sobre seus autores e que dependa de técnicas específicas ou modalidades de produção da própria obra. Comunicação: toda transmissão de informação obtida mediante a emissão, condução e recepção de uma mensagem. Ufa! Chegamos no tempo do BITS. Cyber time. É aqui que o bicho pega: o tempo perguntou pro tempo qual é o tempo que o tempo tem. O tempo respondeu pro tempo que não tem tempo de dizer pro tempo que o tempo do tempo é o tempo que o tem. Trava a língua. Dá branco. Variation.
Poco piu animato. Então, para alcançarmos a “originalidade orgânica”, examinemos as manifestações individuais e coletivas no cotidiano da vida, descubramos seus componentes míticos. Voemos, por fim, em pensamentos medievais: simultaneidade essencial, o teatro representa o mundo, manifesta-o aos olhos do espectador, e porque o representa, faz perceber o seu caráter ilusório e transitório. Midle Age. Idade Média. Idade Mídia. Pré-virtual: o homem está inserido no teatro do mundo, de que faz parte, do mesmo modo que tem acesso ao mundo do teatro, ao assistir uma representação. Além do mito de Cronos, pousemos, agora, numa conclusão ZEN: O TAO do Teatro começa com a ESFINGE: - (voz melíflua) Decifra-me... Presto non tropo.
* Artigo publicado no Jornal Ribalta, SATED-PE, Ano 1 N° 7, janeiro de 2001.
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