quinta-feira, 1 de março de 2012

O ASSASSINO ERA O ESCRIBA

de Paulo Leminski
Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida,
regular como um paradigma da 1ª conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito
assindético de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,
conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.

PS: esta postagem é para minha querida Soraia.

Um comentário:

Soraya Silva disse...

como prometido! sou cao fiel no horòscopo chines...um poema de uma lembrança linda, antiga de uma rècita ao centro luis freire, foi ali q vc me presenteou! pela primeira vez! e agora pela segunda è uma honra, um glamour, um babado, um encontro literàrio de prazeres! grazie troio fidele! con amore della piccola troia!!!! rsrsrs...